População na bronca! Dejetos de animais nas ruas e parques da cidade de Formosa, trazem constrangimentos e doenças; entenda

Por: Clícia Balbino de Sousa

Na manhã desta quinta-feira (16/03), a reportagem do Jornal da Terra recebeu diversas denúncias a respeito de dejetos (fezes), de animais espalhadas pelas ruas e parques do município de Formosa-GO.

Moradores da cidade, e até mesmo turistas se queixam da presença de sujeiras de animais em vias públicas. O descaso dos donos dos bichos de estimação foi tachado, em depoimentos de pessoas que passeiam pela região, como desrespeitoso e falta de educação. Dejetos de pets deixados em parques, jardins, ruas, calçadas, além do constrangimento social, podem gerar doenças tanto nos animais quanto nas pessoas que tiverem contato com eles, mais especialmente nas crianças.

De acordo com a Câmara Municipal de Formosa, existe uma lei criada no ano de 2022, de nº 795, Artigo 22., que obriga o recolhimento dos resíduos fecais de animais conduzidos em espaços públicos, confira na íntegra:

Art. 22. É de responsabilidade do proprietário ou responsável pela guarda de um animal, pessoa física ou jurídica:I – buscar atendimento médico veterinário quando o animal necessitar;II – assegurar condições higiênico-sanitárias nos locais de alojamento do animal, assim como dimensões compatíveis com o porte e número de animais, de forma a minimizar o risco de transmissão de doenças e garantir sua integridade física;III – a remoção dos dejetos por eles deixados nas vias públicas, dando-lhes adequada destinação.

Dentre as doenças causadas pelas fezes dos pets, as mais comuns são parvovirose, vermes e diarreia, que podem ser adquiridas tanto na ingestão como no contato com a sujeira dos animais.

Sabendo que a cachorra faz as necessidades assim que sai de casa, logo na calçada, a Dona de Casa Vicentina de Paula procura sempre carregar um saquinho extra. “Passeio com ela duas vezes por dia, e ela faz as necessidades todas as vezes, então preciso estar sempre prevenida”, comentou a dona de casa em entrevista. Para as pessoas que não têm o costume de limpar a sujeira de seus animais, Vicentina avalia como uma falta de educação, porque além de ser ruim para as pessoas, tal descuido prejudica os próprios animais.

Contaminação pode acontecer sem contato direto com as fezes

Imagine ir a uma lanchonete, comer o prato favorito, e alguns dias depois descobrir que adquiriu uma doença transmitida por fezes de animais.

De acordo com uma veterinária em entrevista a reportagem do Jornal da Terra, as moscas podem transmitir bactérias aos alimentos de restaurantes ou lanchonetes próximos às fezes dos bichinhos, e, a partir disso, algumas doenças podem ser adquiridas pelas pessoas. Os riscos de deixar o cocô de cachorro nas ruas aumenta a incidência das zoonoses, que são doenças transmitidas dos animais para o homem e vice-versa.

As verminoses são as doenças mais comuns, dentre elas estão duas, a do gênero toxocara e a ancylostoma. Esses vermes ficam no intestino dos cães, que quando defecam expelem um deles, a partir disso se um animal ou uma pessoa entra em contato com essas fezes, pode adquirir doenças causadas por essas verminoses. No caso da ancylostoma, a larva dele pode causar o bicho geográfico, as lombrigas, que ficam debaixo da pele. Esse verme é muito comum em quem brinca descalço em campos de areia, por isso as crianças são alvos mais propícios a adquirir essas doenças, pois ficam mais expostos em lugares como parques. “A verminose pode entrar no corpo humano ou do animal, através do contato oral ou físico”, explicou.

. “Como o corpo humano não é o ideal para o verme, ele fica procurando um lugar ideal. Existem alguns casos de pessoas que ficaram cegas, porque as larvas migraram por dentro do olho”, acrescentou. Além deles, também tem a giárdia, que é um protozoário que esta associada à diarreia, que os animais também podem adquirir. “Os animais que estiverem com o parasita, por fora podem parecer estar bem, mas na verdade não estão”, alertou a veterinária.

Uma doença advinda das fezes dos animais que também é bem comum é a Parvovirose. Esta doença é causada por um vírus e a transmissão ocorre por meio feco-oral (por água ou alimentos contaminados pelas fezes), e que quando uma pessoa ou animal porta a enfermidade, ela é bem séria e difícil de ser tratada. A ingestão das fezes é o que causa essa doença, acontece muito quando o cachorro pisa nas fezes e por ter o costume de lamber as patas acaba adquirindo facilmente o vírus.

Nas pessoas também ocorre por meio da ingestão, no caso, por exemplo, se o alimento estiver contaminado ou as mãos mal lavadas. Além dessa, existe um micróbio chamado Alavamideas, mais conhecido como verme de cachorro. Este precisa estar em um ambiente favorável, por exemplo, em areia, e por isso também é bem comum contagiar crianças.

Com relação a importância do recolhimento das fezes dos animais pelos proprietários, além de tirar o riscos dos outros animais, o dono pode evitar doenças no próprio bichinho, que pode manifestar pelas suas próprias fezes. O animal que adquire a doença através da sua própria sujeira é o que chamamos de ‘’reinfestado’’.

Quem já passou pela situação de pisar em um cocô de cachorro enquanto estava andando na rua sabe como é desagradável. Você precisa parar para limpar seu sapato sujo, se atrasa para os compromissos e fica irritado pelo resto do dia, além de deixar um cheiro não muito agradável. Quando o tutor não recolhe o cocô de cachorro, todos os outros cidadãos correm o risco de passar por esse constrangimento.

Além disso, as fezes deixam a cidade suja e com mau cheiro. Outro problema é a poluição da água. Quando chove, o cocô de cachorro pode parar em rios, lagos e lagoas. Ou seja, esse comportamento traz problemas para os moradores da cidade e para o meio ambiente.

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