Por: Clícia Balbino de Sousa
Um helicóptero da Marinha caiu nesta terça-feira (08/08), no município de Formosa-GO, e deixou dois mortos e doze feridos. O acidente ocorreu próximo ao quartel do Exército. A Aeronave estava sendo utilizada para um exercício de desembarque rápido de tropas em “ambiente adverso” chamado Fast Rope, no momento da queda.
A reportagem do Jornal da Terra compareceu até o local onde o Corpo de Bombeiros relatou que, 14 tripulantes estavam no helicóptero. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que apenas a Marinha irá passar informações sobre o caso.
No entanto, a reportagem apurou que a aeronave caiu de uma altura de 30 metros, e na ocasião militares que estavam no local conseguiram retirar a maioria dos feridos do helicóptero, entretanto, os dois militares ficaram presos embaixo da aeronave. As vítimas morreram carbonizadas.
Segundo testemunhas, o acidente ocorreu por volta de 13h. O helicóptero sobrevoou algumas vezes a cidade, e moradores viram o momento em que ele perdeu altitude e caiu na área militar, perto da Lagoa Feia.
A área em que o helicóptero caiu foi isolada e apenas os bombeiros tiveram acesso ao local. De acordo com informações preliminares, o helicóptero pegou fogo ao tocar o solo.
Em nota, a Marinha informou que o acidente foi com uma aeronave UH-15 Super Cougar, pertencente ao 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, durante um treinamento. A Marinha ainda informou que a Comissão de Investigação de Acidente Aeronáutico iniciou os procedimentos para apurar as causas e circunstâncias do ocorrido.
O Ministério da Defesa lamentou a morte dos militares durante o treinamento. “O Ministério da Defesa presta as condolências, pela irreparável perda, aos familiares e amigos dos militares, vitimados no cumprimento do dever”, diz a nota do órgão.
As vítimas são os sargentos Luís Fernando Tavares Augusto, que servia no Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais, e Renan Guedes Moura, lotado na Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. A Unidade Médica Expedicionária da Marinha (UMEM), que participa do exercício, prestou socorro imediato às vítimas. Dos 14 militares, 12 sobreviveram.
Três militares permanecem sob cuidados médicos da UMEM, sete feridos foram encaminhados ao Hospital Regional de Formosa, seis estão bem e foram liberados, o sétimo foi encaminhado para outra unidade hospitalar, dois foram removidos para o Hospital das Forças Armadas. Do total de feridos, 10 apresentam lesões sem gravidade e dois passarão por cirurgia ortopédica. A MB ressalta que não houve qualquer míssil ou armamento pesado envolvido no treinamento.
O helicóptero é utilizado em missões gerais, tanto no período diurno quanto no noturno, em operações como evacuação aeromédica, busca e salvamento, transporte aéreo logístico e combate ao incêndio. Tem capacidade de transportar até 28 militares, além de ser utilizado em operações especiais e desastres naturais.
Segundo a Marinha, a aeronave também pode ser utilizada em apoio às operações anfíbias e operações especiais, além do transporte de urnas eletrônicas em diversos locais de difícil acesso em período eleitoral. A primeira aeronave deste modelo, foi entregue em 2011, na Base Naval do Rio de Janeiro. No mesmo ano, o estado de Minas Gerais recebeu outras duas aeronaves do mesmo modelo.
O “Super Cougar” tem capacidade para até 28 militares com equipamentos individuais de combate e pode transportar até 3,8 toneladas. A aeronave tem autonomia para 3h50 minutos de voo.
Veja imagens do modelo do helicóptero da Marinha que caiu nesta terça
Desde 1988, acontece no município de Formosa a “Operação Formosa”, grande treinamento militar da Marinha do Brasil. Em 2o22, o treinamento aconteceu de 2 a 10 de agosto com 3.500 militares das três forças.
Foram realizadas práticas de uso conjunto de armas de apoio, manobras táticas, fogos de artilharia e operações aéreas e operações especiais.
Além disso, foram auxiliados por carros de combate, veículos blindados, carros lagarta anfíbios, aviões, helicópteros, aeronaves remotamente pilotadas, obuseiros de artilharia e lançadores múltiplos de foguetes.
Ainda houve salto de paraquedistas e a montagem de uma unidade de trauma com telemedicina, um posto de descontaminação nuclear, biológica, química e radiológica e um laboratório de detecção de agentes químicos.