Por: Evelin Rodrigues.
Mais de R$ 1,8 milhão em prejuízos foram causados por um esquema de fraude em vendas online de veículos, segundo o delegado Murilo Freire. A ação criminosa, identificada pela polícia como o golpe do “falso intermediário”, vitimou tanto compradores quanto vendedores em diversas partes do país.
Conforme explicou o delegado, os estelionatários se passavam por mediadores de negociações e enganavam ambos os lados: “Eles convencem o comprador e o vendedor a se encontrarem para verificar o veículo, pedindo que não conversem sobre valores, enquanto se apresentam como intermediários do negócio”, relatou Freire.
A operação policial batizada de “Broker Phanthom” foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (22) e envolveu ações em vários estados brasileiros. Durante o cumprimento dos mandados, a Justiça determinou o bloqueio de 1.776 contas bancárias, além do sequestro de mais de R$ 600 mil em bens ligados aos investigados.
Murilo informou que os valores e bens apreendidos têm potencial para indenizar os lesados pela fraude. “Foi solicitada medida cautelar para sequestro de bens e quantias em dinheiro. As apreensões estão sendo contabilizadas, e o objetivo é garantir o ressarcimento das vítimas ao longo do processo”, explicou.
A investigação resultou na prisão de 77 pessoas nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Santa Catarina. Os suspeitos devem responder por estelionato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
O delegado detalhou que os criminosos agiam de forma estruturada: primeiramente, clonavam anúncios legítimos — principalmente de carros seminovos em bom estado — e republicavam com preços atrativos. Eles davam preferência a vendedores não profissionais.
Depois de reproduzirem os anúncios com valores mais baixos, os golpistas aguardavam o contato de interessados. A partir disso, começavam a manipular as vítimas, criando histórias para intermediar os encontros.
Freire contou que, no momento da visita ao veículo, o golpista instruía o vendedor a não mencionar o preço, alegando questões de dívida com o suposto comprador. O mesmo era feito com o interessado, que acreditava estar lidando com um intermediário legal. No fim, o comprador fazia a transferência diretamente para os golpistas.
Posteriormente, os valores recebidos eram redirecionados a um grupo interno da quadrilha responsável por ocultar e movimentar o dinheiro obtido ilicitamente.
Até o momento, os nomes dos envolvidos não foram divulgados, o que impossibilitou o contato com as defesas dos suspeitos.
Dinheiro, arma e celulares são apreendidos durante busca e apreensão, em Goiás — Foto: Reprodução/Polícia Civil
Fonte: g1.globo