Por: Clícia Balbino de Sousa
A morte do bebê Ravi Lourenço, de 2 meses que ingeriu colírio por engano não tem relação com a substância e foi causada por pneumonia, segundo as investigações do Delegado da 1ª Delegacia Distrital de Formosa, Paulo Henrique . O laudo pericial apontou também que o medicamento não foi detectado no corpo do bebê, que morreu em Formosa-GO.
A primeira hipótese sobre a morte, no início da investigação, era de que o bebê teria ingerido o medicamento Tartarato de Brimonidina, usado no tratamento para glaucoma, que segundo as investigações, foi entregue de forma errada, pois o medicamento prescrito na receita entregue era Bromoprida, usado no tratamento para náuseas e enjoo.
Segundo os relatos da investigação, os exames toxicológico e histopatológico comprovaram que a morte do bebê ocorreu por uma pneumonia neutrofílica bilateral, com predomínio à esquerda. Os laudos ainda apontaram que nenhum resquício do medicamento apontado inicialmente como suposta causa da morte, foi encontrado.
A pneumonia neutrofilica bilateral é uma condição cuja gravidade pode variar de leve até oferecer risco de morte. Em geral, a pneumonia bacteriana é mais grave do que a pneumonia viral, que costuma se resolver sozinha. O problema pode afetar um ou ambos os pulmões. Quando ocorre em ambos os pulmões, é chamada de pneumonia bilateral ou dupla.
Após a finalização dos laudos, o caso investigado foi encaminhado ao Poder Judiciário, esclarecendo que não há indícios entre o medicamento e a morte de Ravi Lorenzo.
Relembre o caso
O bebê Ravi Lorenzo, de 2 meses, morreu em março de 2023 por suspeita de ingerir um colírio que teria sido vendido por engano em uma farmácia de Formosa. Segundo a Polícia Civil, o remédio receitado corretamente, e que a criança deveria ter tomado, era para evitar vômito e enjoo.
Segundo a delegada Fernanda Lima que atendeu o caso no dia da fatalidade, a mãe do menino contou que o filho estava com sintomas como náuseas, vômito e febre, motivo pelo qual ela foi até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Formosa.
Na unidade hospitalar, após examinar a criança, o médico prescreveu três remédios, um deles, a “bromoprida”, que evita vômitos.“O avô da criança contou que se dirigiu até a farmácia e comprou esses medicamentos.
Após a compra, o avô levou os remédios para a mãe da criança, que teria ministrado os remédios conforme a prescrição. Passado um tempo, a criança começou a chorar e gritar de dor”, disse a delegada.
A mãe informou que, ao contrário do que o médico receitou, o remédio vendido pela farmácia foi o “tartarato de brimonidina”, um colírio para o tratamento de glaucoma. A mãe voltou na UPA e os médicos chegaram a intubar o menino, mas o bebê não resistiu.